terça-feira, 29 de setembro de 2015

Inteligência Erótica

A psicóloga belga Esther Perel,especialista em casais e sexualidade, autora do livro Sexo no Cativeiro (Ed. Objetiva), explica que uma relação a longo prazo embute uma contradição básica: liberdade e compromisso.
Nós queremos compromisso, fidelidade, cumplicidade… porém, nos esquecemos que não tem como o tempo não amornar, senão, esfriar, a relação.
Chega um momento fatídico que um incomoda o espaço do outro, e se antes era bonitinho o ciúmes dele em relação às suas amigas, anos mais tarde é insuportável não poder sair com elas porque você permitiu que ele a controlasse, pior se os anos passaram e você acabou sem amigas…
O mesmo se dá com o sexo oposto: se enquanto namoravam era fácil omitir, driblar as desconfianças e dar as escapadas com os amigos, depois de casados a história muda porque ela já se sente dona de você, por isso você é obrigado a dar satisfação de tudo, pior, obedecê-la!
Você está se identificando com o tema pelo fato do seu relacionamento estar esfriando, as brigas a cada dia aumentando e você não quer que isso aconteça? Primeiramente será preciso mudar o pensamento retrógrado, embutido em nós pelas gerações anteriores a nossa.
Leia algumas dicas práticas e leve a inteligência erótica para seu relacionamento:
* Não deixe os problemas de família, com as contas, com o trabalho ou com a falta dele, atrapalharem o apetite sexual. É necessário ter a consciência de que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Se por conta de todos problemas você perder o desejo por transar, estará criando mais um problema, então aproveite as horas de sexo para relaxar. É comprovado que ele é um ótimo sossega-leão, e com certeza enfrentará a vida com mais leveza;
* A idéia de que o sexo deve ser espontâneo acaba com a iniciativa de muitos casais. O que precisa é ser intencional, portanto, se pretende viver uma noite excitante, não espere isso depois da novela das nove: seduza o o dia todo, deixe ele encontrar algum bilhetinho na carteira, esqueça uma calcinha no banco passageiro, ou envie SMS com frases picantes, ou quem sabe uma foto sugestiva;
* Nivele a relação, ou seja, exija que a satisfação seja recíproca. O que mais os relacionamentos a longo prazo pecam (e eu já ouvi muito isso), é de que os dois aceitam a ‘merda’ que o sexo está, ambos não reclamam um ao outro, mas reclamam aos amigos – o que é bem pior!! Acho um absurdo o cara querer receber sexo oral mas ter nojo de fazer… me poupe né. Como sempre digo, SEXO é PARCERIA!
* Aprenda a gostar do seu corpo! Segundo a psicólogo Regina Navarro, “se você não gosta do próprio corpo, como vai convidar alguém para desfrutá-lo junto com você?” É você que transmite sensualidade, a erótica é você quem desperta no outro, independente do seu tamanho e peso -e não é lorota quando afirmo que eles gostam de uma gordurinha extra!!! Se ele lhe conheceu assim, porque encanar depois de tanto tempo? Agora, se quando iniciaram a relação você não era assim e isso lhe incomoda ou atrapalha a relação, então faça-me o favor de sair do papel de vítima, criar vergonha na cara, sair do sedentarismo e passar um esparadrapo na boca!;
* Somos diferentes e temos nossas individualidades, então é essencial respeitar o espaço e o tempo do outro. A monogamia traz a idéia de que com o casamento nos tornamos um só, e isso é assustador porque pensar que o casal se torna um, a longo prazo, é o mesmo que perderem a individualidade, e para um casamento/relação dar certo, ambos precisam respeitar isso. Se você acha que não precisa do seu momento, está mais que na hora de repensar seus valores;
RESUMINDO, devemos compreender e respeitar o espaço do outro, e em segundo lugar, alimentar o desejo com mistério e curiosidade – o que explica muito porque a maioria dos casais que procuram por produtos eróticos, possuem uma relação estável e duradoura.
voltando às obras das duas psicólogas experts no assunto - ambas concordam que o mito do amor romântico e eterno é apontado como fonte de frustrações e desentendimentos. E nesta visão idealizada, acreditamos que se a relação não vai bem, os problemas refletirão na cama, e consequentemente nos enganamos achando que não existe mais amor…Será? 

Como divorciada, defendo a liberdade sexual feminina, mas por outro lado sou super a favor da relação, apesar de não ter muita tolerância para isso como os casais de antigamente. Assisti um documentário de casais que envelheceram juntos, e suas parceiras afirmaram que para o relacionamento ter durado, foram muito submissas... mas que fariam tudo de novo pois estavam com o amor de suas vidas!
Será que nossa geração pode 'em partes’ nos inspirar a sabedoria dos antigos?
Penso que a falta de tesão, da paixão inicial, ou desejo não quer dizer que o amor morreu, muito pelo contrário. Se superamos os problemas, aprendermos a dialogar e a ouvir, perceberemos que o quê vence e resta, é  o amor.
Antes de jogarmos ao alto anos, ou uma vida inteira, que tal refletirmos sobre nossas posturas e mudarmos algumas atitudes? Ao menos tentar colocar em prática algumas das dicas acima, e só partir tranquilamente ir para o plano B, quando todas as opções não derem certo.
Para quem quiser saber mais, abaixo os livros das duas divãs no assunto; e para os que não gostam de ler, ou não conseguem sozinhos trabalhar a reforma íntima, vale buscar ajuda de um profissional.








(Postado dia 11/01/2014 em Cérebro Masculino)


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