domingo, 27 de setembro de 2015

Complexo de Wendy

Antes que me chamem de feminista, aproveito o gancho da postagem da Síndrome de Peter Pan , para falar hoje sobre o complexo que agride uma boa parte das mulheres (e atrapalha inconsciente todo relacionamento): o Complexo de Wendy!

Retomando as fábulas infantis, Wendy foi uma menina também diferente, e que se atreveu a viver cercada de homens e meninos na Terra do Nunca, lugar onde assumiu o papel de líder sentimental, a “mãe” boa, ouvinte e conselheira dos seus irmãos, de Peter e dos meninos perdidos; e como toda mãe, um caráter forte em personagem frágil!

É inegável que as mulheres com este complexo - como à uma boa mãe - irão manifestar uma preocupação excessiva pelo bem estar do outro, porém, mesmo com essa bondade toda, apresentam uma série de condutas significativas de agrado e super-proteção, se acham insubstituíveis e indispensáveis, tentam fazer o parceiro feliz de maneira persistente e evitando que o mesmo se chateie, e se desculpam por tudo que faz. 

São mulheres prisioneiras do medo ao abandono, à insegurança e à rejeição contínua, e com forte tendência ao auto-sacrifício: "Faço eu mesma”, “Não se preocupe”, ou ainda, “Não sei o que você faria sem mim”.

Este tipo de mulheres, no lugar de assumirem a figura da esposa, vão exercer o papel da mãe, sem darem conta que estão favorecendo para a imaturidade masculina conhecida como a Síndrome de Peter Pan.

Se pensarmos a respeito da história, todas as crianças são como Peter: amam, odeiam, sorriem, gritam, choram, voltam ao seu estado normal com a maior naturalidade e como se nada tivesse acontecido. A criança costuma sentir sem ter consciência de seus sentimentos, até mesmo porque não precisam se preocupar que tipo de sentimento despertarão nos outros; é descomprometida sentimentalmente, e ser descomprometida é não precisa explicar seus sentimentos, já que explicar é a parte complicada das relações adultas.

Este é o principal motivo porque Peter Pan não queria crescer (assim como os homens modernos): não se comprometendo jamais sofreria por amor ou por ódio, assim como os homens que só querem curtir o presente, ser felizes e livres como o personagem, vivendo sem sem responsabilidades nem comprometimentos sentimentais, e acima de tudo, sabendo que existe uma Wendy sempre lá, aguardando por eles.

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Eis o grande problema dos adultos: relevar os comportamentos do outro pela convivência 'pacífica', afirmando que tudo que aceitam é pelo amor incondicional que sentem. Lamento informar, mas o único amor incondicional é o que nutrimos pelos nossos filhos, e se você quer se enganar que tem uma relação saudável, não reclame mais tarde e não jogue toda culpa no seu parceiro.

Eles adoram que suas esposas não lhes dêem obrigações, mas reclamam aos amigos que se sentem sufocados; em contra-partida elas os acham folgados, mas não permitem que eles tomem decisões e sejam autônomos... um bocado complicado relacionar-se assim, não concordam?

O homem-imaturo é a face oposta da mulher-maravilha: enquanto ele não pensa nos seus sentimentos, o aspecto negativo dessa parceira-mãe-superprotetora, além de não deixar respirar todos à sua volta, sua baixo auto-estima a sabota e a impedi de libertar-se desse sentimento de autopiedade. Para ambos é mais que necessário a  mudança de comportamento, mas infelizmente ninguém está disposto a sair da sua zona de conforto, mesmo cientes que esta é a única postura adulta correta e necessária, para cada um assumir seu papel: a mulher, o de companheira, e o homem, de poder finalmente amadurecer.

O livro "O Dilema de Wendy, discuti de onde vem essa inferioridade das esposas, e coloca toda mulher para refletir sobre o quanto impõe sua presença para o controle de tudo. Com certeza a leitura vai despertar certa inquietude, mas sua reflexão vai permitir que sejamos mais livres para assumirmos quem de fato somos, porque irá mexer com a cabeça, com pré-conceitos, mas vale a pena... pelo nossa saúde mental, e pelo bem das nossas relações.



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