sábado, 26 de setembro de 2015

A Síndrome de Peter Pan


A Síndrome de Peter Pan se caracteriza por um conjunto de comportamentos imaturos, de pessoas ‘dependentes’ (imaturidade emocional, social, e/ou sexual) e que negam envelhecer (é o caso do homem que não sabe ou não pode renunciar ser filho para se tornar pai).

Apresentam comportamentos narcisistas de dependência, irresponsabilidade, rebeldia, abandono, fracasso, ansiedade, entre outros, e sua manifestação é mais frequente nos homens do que nas mulheres. 

Numa rodinha de mulheres, depois do tema ‘sexo”, este é o assunto mais comentado: homens aborrecentes! Sim, chegam aos 30, 40, até aos 50 anos, ainda 'vivendo' a imaturidade da adolescência.

Para a Psicologia a irresponsabilidade é o resultado de uma educação extremamente permissiva por parte dos pais, que não souberam impor limites ou punições no processo de criação e educação dos filhos. Enquanto a ansiedade nada mais é que uma ‘profunda insatisfação consigo – embora um homem ‘maduro’ jamais demonstre pois costumam irradiar bem estar num primeiro momento. Já o conflito sexual se instala quando estabelece a ‘clivagem’, que é a divisão clara entre os papéis de homens e mulheres, onde geralmente ele nunca se esforça para fazer parte de um relacionamento amoroso maduro.

Melaine Klein descreve a clivagem como o mecanismo de defesa mais primitivo contra a angústia. Neste mecanismo há uma cisão a nível do ego e do objeto primário: no objeto as pulsões eróticas e destrutivas irão cindir atraindo o ‘bom’ e afastando o ‘mau’ objeto, enquanto a clivagem do ego consiste em dois processos psíquicos de defesa do ego: um voltado para a realidade, e o outro negando a realidade em causa, colocando no seu lugar um produto de desejo, que faz surgir uma angústia provocada pelas pulsões de morte, e funciona especialmente para separar o indivíduo das pulsões de vida.

Talvez isto explique um pouco o comportamento cada vez mais imaturo dos homens. Mas não se iluda achando que é boa o bastante para mudá-lo: como este comportamento é a manifestação do resultado da educação recebida na infância, psicólogos acreditam que a psicoterapia é o caminho mais eficaz para tratar a síndrome*.

Embora eu concorde com eles porque AMOOO fazer psicoterapia, reconheço que também existem outras formas alternativas  direcionadas ao autoconhecimento.

O tempo de tratamento é relativo e vai depender do progresso do paciente em terapia. Cabe à você decidir se vale a pena ou não investir energia e aguardar ‘ele’ (ou ela) se resolver e amadurecer. Isto é: se é que a pessoa se incomoda e reconhece que precisa de ajuda.



* Lisane Luz Pacheco é psicóloga do Núcleo de Apoio Psicológico (NAP), de Novo Hamburgo (RS).


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