Mais
uma vez dispo-me
dos brincos, da maquiagem, dos colares, dos anéis, dos sapatos, das vestes que
escondem o que realmente sou; dispo-me das palavras que procuram uma razão e
que teimam em conter a qualquer pranto a emoção; dispo-me da fala, pois minha
voz suave, sussurra como vento procurando janela aberta, para visitar... dispo-me
dos versos que retém traços, dos pincéis virgens ao qual me desenhei, das
melodias que marcaram momentos inocentes e sofridas ilusões que passei.
Dispo-me dos livros que degustei, do banquete de pratos
ecumênicos, compondo em cada partícula um belo alimento de minh´alma.
Foi difícil voltar escrever
depois de tantos anos, encerrar as atividades do antigo blog, perder
oportunidade de publicar os contos... mas foi preciso para poder enterrar o
passado, encerrar mais um ciclo, e por quê não sonhar com antigos projetos?
Uma hora posso contar como me
reergui, mas agora novamente é tempo de me
despir sem vergonha, sem pudor, sem limites, sem perfumes nem malícias... é
hora de resgatar e cuidar da minha mulher-interna, para então voltar a me
sentir plena, leve e sexualmente livre... e é por este motivo que estou aqui... e
pelo mesmo motivo da escritora Lya Luft, apesar de eu estar bemmmmmmmm longe de
ser boa como ela:
“Por isso escrevo e
escreverei: para instigar o meu leitor imaginário – substituto dos amigos
imaginários da infância? – a buscar em si e compartir comigo tantas inquietações
quanto ao que estamos fazendo com o tempo que nos é dado”. LYA LUFT | PERDAS & GANHOS
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